segunda-feira, 23 de junho de 2008

O preço da NBA

Pois bem, acreditemos nos fatos e não nos boatos. Os atletas da NBA de fato estão cansados, lesionados e incapacitados de representar o país no pré-Olímpico em Atenas.

A liga norte-americana é competitiva, forte e desgastante. Por outro lado, ela também paga um bom dinheiro. Leandrinho que o diga. O lateral brasileiro fatura 5.600 milhões de doletas por ano do Phoenix Suns. Bastante dinheiro não?

Sem dúvida. A questão é: a que custo?

A NBA paga bem, mas fatura muito melhor. A liga de David Stern rende cerca de 5 bilhões de dólares por ano. Um negócio e tanto. Os atletas (ou uma parte deles) também ganha bem, como é o caso do nosso basqueteiro brasileiro. Mas também é preciso suar a camisa.

Eu recolhi alguns dados para comparar a "jornada de trabalho" de Leandrinho (Phoenix Suns) e Tiago Splitter (Tau Ceramica).

Pois bem, a temporada 2007/2008 de Tiago Splitter começou em 07 de outubro de 2007, com o breve torneio da Supercopa da Espanha, e terminou no dia 03 de junho de 2008, com o título da Liga ACB.

No total foram 241 dias de temporada e 72 jogos. Uma média de um jogo a cada 3,34 dias.

Já a temporada de Leandrinho começou oficialmente em 01 de novembro de 2007 e se encerrou em 29 de abril de 2008, com a eliminação na primeira fase dos playffs para o San Antonio Spurs.

No total foram 168 dias de temporada e 89 jogos. Uma média de um jogo a cada 1,89 dias.

Deve-se levar em conta que o Tau Ceramica disputou quatro torneios nesse período. Supercopa (campeão), Copa del Rey (vice-campeão), Liga ACB (campeão) e a Euroliga (quarto lugar). Os Suns de Leandrinho não passaram nem da primeira fase da pós-temporada.

Números que fazem a gente pensar, não? Talvez esteja aí um pouco da explicação do porquê Tiago resolveu ficar na Espanha e Juan Carlos Navarro acaba de voltar depois de um ano na NBA. Talvez os números expliquem porque tantas seleções nacionais correm o risco de perder seus atletas para as Olimpíadas. É o caso de Manu Ginnobili, na Argentina, Yao Ming, na China, Jorge Garbajosa, na Espanha e os brasileiros que a gente já sabe.

Tal qual um automóvel, os atletas também precisam fazer seus "check-ups" depois de uma certa quilometragem. E lá vem as cirurgias no ombro, artroscopias no joelho, operação no tornozelo e por aí vai.

A minha dúvida é, a NBA precisa realmente que seus atletas joguem 82 jogos em cinco meses? Ou será que esta é apenas a melhor forma de enriquecer a liga e os ortopedistas norte-americanos?

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