quinta-feira, 15 de maio de 2008

Mais do mesmo

Antes que você, leitor, reclame da repetição de assunto e ache que eu sou um tremendo de um puxa-saco do Trajan Langdon, explico o porquê de mais um post sobre este jogador.

Por conta do título europeu pelo CSKA Moscow e a nomeação de MVP da final, o site da Euroliga publicou uma entrevista com Langdon. A matéria ficou bem boa e fugiu um pouco do oba-oba e da bajulação pela conquista, coisa comum nessas entrevistas que carregam um pouco da ressaca de um título.

Uma trecho em especial me chamou a atenção, que é quando lhe perguntam se ele concorda se o basquete europeu é um híbrido entre a NCAA e a NBA. Langadon, que jogou em todos os três níveis, responde com propriedade:

"Eu diria que é uma bela analogia e comparação. Obviamente aqui nós não temos tamanho atleticismo que a NBA tem. E com as regras aqui, nós podemos fazer mais coberturas (help defense). Eu não quero dizer que a defesa não é vista como uma coisa importante na NBA, mas é mais difícil segurar os jogadores mais talentosos e o jogo é pensado para incentivar esses talentos individuais. Aqui, as regras favorecem o basquete coletivo. Jogar um-contra-um é difícil, porque se você passa por um cara, haverá outro defensor na ajuda para te marcar. Da mesma forma, o basquete universitário é pensado para vser um jogo em equipe, com defesas em zona, mas os jogadores ainda não são tão maduros em termos de conhecimento do jogo. Eles aprendem ataques e defesas coletivas desde os primeiros anos e eles sabem o que estão fazendo em quadra. A idéia de a Europa ser um híbrido entre a NCAA e a NBA é uma boa comparação e eu concordo plenamente com isso."


Trajan Langdon fala de sua adaptação no basquete europeu e deixa transparecer certa mágoa pelo seu fracasso na NBA. Talvez fracasso não seja a palavra certa, mas sim uma escolha pessoal do atleta, que optou por jogar em uma basquete comptetitivo e de alto nível que matar um leão por dia na liga norte-americana.

"Eu estava convencido disso [ficar na Europa e encerrar a carreira por lá] quando voltei para uma temporada de treinos com os Los Angeles Clippers alguns anos atrás, depois de meu segundo ano na Europa, a temporada que joguei no Efes Pilsen. Nos treinos eu não estava de fato tendo a chance de fazer parte da equipe. Depois disso, eu vim para Russia e tive um ano convincente com o Dynao, e então assinei com o CSKA, então eu simplesmente decidi que a NBA não era pra mim mais. Não que eu não pudesse jogar lá, mas se eu tivesse que provar todo ano que eu era bom o bastante e só então lutar por uma chance de fazer uma contribuição, eu não teria a chance de fazê-lo. Eu já tinha provado isso na Europa, então era uma questão de pensar o que eu estava fazendo me estressando e sendo infeliz quando eu poderia vir aqui, me divertir, curtir o jogo e ser respeitado em uma liga bastante competitiva. Eu amo o jogo e realmente adoro jogar, e para mim é fantástico jogar em uma competição de alto nível contra equipes de alto nível. Foi mais importante para mim jogar que estar numa suposta melhor liga e não jogar."

A entrevista também fala de jogos Olímpicos (Trajan foi atleta do atual técnico do USA Team, Mike Krzyzewski, em Duke), as finais da Euroliga e o momento em que sentiu que o CSKA poderia ganhar de fato o título, quando empataram a série contra o Olympiakos, da Grécia, com uma vitória em Atenas, na primeira fase dos playoffs. Vale a pena conferir a entrevista, em inglês, no site da Euroliga.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá Marcos parabéns pelo BLOG

Você acha que o Langdon teria espaço na atual seleção americana?
com a evolução de Chris Paul, com Lebron e Kobe, fica difícil.
Talvez saindo Kid, o que eu duvido muito.
Mas na Europa o cara é rei.

Valeu Abraços cara
e visitem
NBA ETC E TAL
http://nba-etc-etal.blogspot.com/

Thiago Anselmo disse...

Trajan está certo, ele está levando o basquete para um lado mais da felicidade dele e nao pelo dinheiro. A NBA hoje é so por dinheiro. Na europa, o dinheiro tbm é alto, mas não chega a ser milhoes e milhoes por alguns anos. Como o NENE que recebe 60 milhoes ou 80 milhoes de dólares pode 6 anos (parece). O SPLITTER mesmo, foi draftado pelo SPURS, na posição dele no draft, ele vai ganhar uns 700 mil dolares por temporada, o TAU CERAMICA jaz está tentando negociar com ele para ficar mais tres anos no time e o valor estimado é 5x maior que o salario inicial dele na NBA. EUROLIGA e NBA, os jogadores vao pelo dinheiro, mesmos ja estando bem financeiramente. Mas na europa o jogo é mais coletivo como Trajan disse...


NBA ETC E TAL

Entrem e comentem!

http://nba-etc-etal.blogspot.com/

Abraços

Marcos Crovis disse...

Também não acho que o Langdon teria espaço na NBA. No máximo, seria um coadjuvante. Aliás, nem ele acha que teria. Mas é como o Thiago falou, o cara está feliz onde está, também não está ganhando pouco, joga numa liga super competitiva e ainda é o campeão.
Abraço!
MarcosCrovis