sábado, 28 de março de 2009

Há 30 anos, um jogo mudou o basquete universitário

Eu não quero parecer monotemático, mas estamos em março e essa é a época de falar de basquete universitário. Principalmente porque no último dia 27 de março, celebrou-se 30 anos de uma partida que mudaria para sempre a modalidade nos EUA e apresentaria a toda uma nação dois atletas que ao longo da década de 80 protagonizariam uma das maiores rivalidades da NBA.

Quando Larry Bird, de Indiana Satate, encontrou Earvin "Magic" Johnson, de Michigan State na final do torneio da NCAA, pouco se sabia sobre esses dois jogadores. Vale lembrar que aquela não era a época de ESPN, coberturas ao vivo, notícias minuto-a-minuto e informações à distância de um clic na internet. Fora de suas regiões, Bird e Magic eram conhecidos somente por boatos, algumas linhas de jornais e o boca-a-boca que logo criou uma aura de expectativa e despertou a atenção do país todo.

O basquete universitária ainda não era uma instituição norte-americana como nos dias de hoje e as partidas raramente eram transmitidas em rede nacional. Contudo, a notícia de uma equipe até o momento invicta (33-0) e liderada por este talentoso e preciso Larry Bird iria enfrentar Michigan State de um tal armador de dois metros de altura, habilidoso e cujo apelido era "Magic" se espalhou pelo país. Muito se falava, mas pouco se sabia de fato sobre os dois jogadores, visto que o basquete universitário ainda era um esporte relegado a segundo plano na mídia da época. Conta-se inclusive a história de que algumas pessoas nos EUA levaram um susto quando viram na televisão que o tal Larry Bird, cestinha que comandou o time rumo uma temporada invicta era branco.

Tampouco os dois times se conheciam. Os técnicos não faziam gravações de jogos adversários, não enviavam olheiros para o outro lado do país e, assim como resto dos EUA, foram apresentados um ao outro no momento de entrar em quadra.

E em quadra quem se deu melhor foi o jogo alegre e espontâneo de Magic sobre uma noite infeliz de Bird. Os 19 pontos e 13 rebotes da futura lenda do Boston Celtics não foram suficientes para os 24 pontos e 7 rebotes do jogador que também faria história no Los Angeles Lakers. O Michigan State liderado pelo negro de dois metros e sorriso largo e fácil impôs a única derrota de Indiana State no ano, justamente na decisão da competição nacional.

Mais que uma zebra, a partida foi um divisor de águas. 35% dos televisores norte-americanos ligados estava vendo aquele jogo, a maior média de audiência até hoje em um jogo de basquete univeristário. A popularidade da modalidade disparou depois deste ano e o direitos de transmissão que valiam "míseros" US$ 5,2 milhões tornaram-se um contrato de US$ 6 bilhões por onze anos com a rede CBS. E março deixou de ser apenas mais um mês no calendário para ganhar um status de loucura e paixão no basquete dos EUA.

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